O cultivo da bananeira é explorado na maioria dos países tropicais, sendo que em 2004 a produção mundial atingiu 70,6 milhões de toneladas, destacando-se o Brasil como segundo país produtor, com uma produção de aproximadamente 6,6 milhões de toneladas anuais e também, como maior consumidor, sendo responsável pelo consumo de aproximadamente 7,1 milhões de toneladas (AGRIANUAL, 2006).
A banana é considerada a fruta tropical de maior importância para o país, uma vez que mobiliza grande contingente de mão-de-obra, apresenta um fluxo contínuo de produção a partir do primeiro ano, o que a torna atraente para os agricultores, movimenta um número apreciável de insumos, além de ser a fruta mais consumida pelos brasileiros, que consomem aproximadamente 20 kg/hab/ano, de acordo com Cordeiro (1988). Embora o Brasil figure como um grande produtor e consumidor de bananas, a bananicultura nacional enfrenta sérios problemas nas fases de produção e pós-colheita, que limitam a sua inserção no mercado internacional. Um dos fatores de perda é a qualidade fitossanitária da fruta. Sabe-se que somente frutos de alta qualidade, produzidos livres de pragas, doenças e distúrbios diversos são capazes de conquistar novos mercados.
De modo geral, no Brasil é possível caracterizá-la como uma cultura de baixa produtividade, baixo nível tecnológico e de elevadas perdas na pré e pós-colheita, e somente na fase de pós-colheita as perdas podem chegar a 40% da produção (CORDEIRO, 1988). O Estado de São Paulo, considerando-se a safra de 2005, participa com pouco mais de 16% da produção total do país, numa área de 52.700 hectares, com uma produtividade média de 21 t/ha (AGRIANUAL, 2006). Historicamente, a tradicional região produtora de bananas do Litoral Paulista é responsável pela maior parte da produção do Estado. No entanto, constata-se o crescente interesse dessa cultura por produtores do Planalto Paulista e de outras regiões, não tradicionais em seu cultivo, como forma de diversificação de atividades, como é o caso de Ribeirão do Sul/SP, onde o cultivo da bananeira 'Maçã' tem se mostrado bastante promissor e lucrativo.
O interesse pelo cultivo da bananeira 'Maçã', na região de Ribeirão do Sul/SP, tem sofrido um crescente aumento devido aos bons preços pagos ao produto, isto porque nas principais regiões produtoras de banana ocorre uma doença fúngica que inviabiliza e impossibilita o cultivo da banana 'Maçã' por vários ciclos, que é o Mal-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense). Nessa região, os produtores têm conseguido conviver com a doença, apresenta-se de forma menos agressiva. Para a região, a produção de banana 'Maçã' pode ser uma alternativa bastante lucrativa de diversificação das atividades da propriedade, onde esses produtores não têm como fonte de renda uma única cultura.
Assim, adequar técnicas de cultivo às novas necessidades da cultura, aumentar a produtividade, atingindo valores acima de 30 t/ha, para a cultivar Maçã, diminuir perdas em todo o processo produtivo e de comercialização e, principalmente, melhorar a qualidade final do produto, com conseqüente estímulo ao consumo, são objetivos a serem conquistados pelos bananicultores da região.
A bananeira é uma planta muito exigente em nutrientes, principalmente potássio e nitrogênio, no entanto, ocorrem diferenças entre cultivares nas quantidades absorvidas, até mesmo dentro de um mesmo grupo genômico, em razão, principalmente, das características da cultivar, dos teores de nutrientes no solo e do manejo adotado (BORGES et al., 1999). Além disso, a banana é uma das culturas que extraem grandes quantidades de nutrientes por hectare, por isso uma adubação bem realizada é um dos fatores que mais influencia a produção, bem como sua qualidade e resistência à doenças.
Conduziu-se este estudo para fornecer aos produtores de bananeira 'Maçã' na região de Ribeirão do Sul/SP, com relação à tecnologia empregada no cultivo, bem como em relação às principais dificuldades encontradas para se obter incrementos em produção. A partir daí foi diagnosticado que os dois principais problemas enfrentados pelos produtores eram o uso de fertilizantes e corretivos sem recomendações técnicas, alicerçadas sem resultados de análises químicas de solo e planta e o outro problema era a convivência com a doença "Mal-do-Panamá" (Fusarium oxysporum f. sp. cubense). Definiu-se o segundo objetivo do trabalho que foi o de estabelecer algumas comparações das propriedades avaliadas, quanto aos seus aspectos fitossanitários, avaliando a incidência da doença "Mal-do Panamá" e seus aspectos nutricionais, avaliando também o teor de nutrientes no solo e nas folhas.
MATERIAL E MÉTODOS
Coleta de dados: Foram coletados dados sobre a cultura junto à Casa da Agricultura de Ribeirão do Sul e no SEBRAE de Ourinhos, além de questionários aplicados aos produtores que cultivam essa frutífera na região. Nos questionários aplicados constavam perguntas sobre a área destinada à cultura, práticas culturais realizadas, b